A verdadeira história por trás da Jordan

Hoje, a recomendação será multimídia, bilíngue (infelizmente, o podcast indicado não possui tradução para o nosso português), e – bônus – dialoga perfeitamente com o conteúdo da Ma.

O título escolhido é digno de chamada midiática, mas não deixa de ser pertinente. Vou contar o porquê.

Acredito que muitos de vocês tenham visto o filme Air‘. No filme é contada a história da célebre negociação que levou à criação da maior e mais lucrativa linha da Nike, a Jordan. Eu, uma completa ignorante em relação à história da marca, acreditei que a narrativa fosse fiel à realidade e saí do cinema achando o enredo incrível, inclusive vangloriando Sonny Vaccaro pela concepção do acordo genial (guarde essa informação, voltarei a esse ponto em breve!).

Como boa curiosa, não me contentei com uma “Googlada” pós filme e quis saber mais, principalmente sobre o fundador da marca – Phil Knight – retratado como arrogante, despreparado e até um pouco imaturo no filme. Comprei então o livro “A Marca da Vitória”, sua autobiografia.

Após a leitura, concluí que o filme não faz jus a quem Knight é na vida real. Tenacidade, paixão e resiliência são traços marcantes na jornada do empreendedor. Knight é alucinado por esportes, por sua empresa e, principalmente, por construir produtos que revolucionam a performance de atletas década após década. 

Achei fascinante a construção da marca Nike, desde os primórdios – com o surgimento da ideia, a escolha de seu sócio, e todas as maluquices financeiras que tiveram que fazer para sobreviver – até o IPO, momento em que o livro termina. A Nike praticamente criou o estilo Athleisure (neologismo que combina a palavra atlético com lazer), que está mais forte do que nunca atualmente.

Recomendo a leitura se gosta de biografias (ou se quer se aventurar por uma pela primeira vez). Knight se abre bastante ao contar sua história, principalmente nos capítulos finais, onde aborda brigas societárias e alguns arrependimentos. De fato, não entendi o porquê de o filme ter retratado o ex-CEO da forma que o fez.

Coincidentemente (embora muito provavelmente não, dado o hype do filme), o Acquired, que é um dos meus podcasts prediletos, publicou um episódio contando a história da Nike assim que terminei de ler “A Marca da Vitória”. No podcast, Ben Rosenthal e Dave Gilbert esmiúçam, durante 4 horas (sim, é longo e eu o ouço em doses homeopáticas), toda a história da companhia a partir de um estudo profundo conduzido por ambos.

Considerei um ótimo complemento ao livro, pois trouxe diversos detalhes e curiosidades que prefiro não contar para não estragar a experiência de quem pretende ouvi-lo.

Um ponto que acho válido compartilhar é a história de Rob Strasser: a verdadeira mente genial por trás do acordo Nike + Jordan e, posteriormente, inimigo número um de Phil Knight – disse que voltaria a esse tema 😉

Confesso que fiquei desconcertada com todas as modificações feitas na história original para o filme. Não acho que seria menos envolvente caso tivessem mantido a fidelidade aos acontecimentos reais. Na verdade, teria adicionado nuances muito mais interessantes, como a preferência de Jordan pela Adidas, a inteligência de Strasser ao formular um acordo nunca antes visto (spoiler alert: a ideia não foi da mãe de Jordan) e à cultura de lealdade da Nike em si (dada a briga com Knight).

Falei (escrevi) bastante hoje, mas considero utilidade pública contar que o filme modifica partes bem importantes da história da Nike 🙃.

Como alguém que passou muito tempo consumindo conteúdo sobre a marca, acredito que este post não traz nem um décimo de todos os fatos interessantes sobre a construção da marca, as influências culturais e o empreendedorismo que a Nike nos ensina.

Recomendo demais o livro e o podcast e reforço o quão interessante é aprender sobre as histórias por trás dos hábitos de consumo e comportamentais da sociedade contemporânea.

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Comentários

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1 Comment
30 de novembro de 2023

É impressionante o quão grande o micheal jordan se tornou, ele é maior que o basquete

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