A indicação de hoje é altamente envolvente. Feita especialmente para quem está em busca de um livro com um bom mistério e impossível de largar.
Ela só tem um defeito… não há tradução para o português ainda (alô editoras… 🙋♀️).
Aproveito a deixa para fazer um parêntesis aqui: eu acabo consumindo muito conteúdo em inglês, dado que uso muito o Kindle pra ler. Por isso, algumas recomendações provavelmente vão envolver mídias sem tradução. Prometo me esforçar para sempre trazer alternativas, mas, olhando o copo meio cheio, pode ser uma oportunidade de praticar outro idioma 😆
“We only think of the bad things that happen, rather than those that, through fortune, pass us by.”
Gillian McAllister
“Wrong Place Wrong Time“, de Gillian McAllister, conta a história de Jen, uma advogada bem-sucedida, e sua família.
Como muitos pais, Jen fica acordada até tarde aguardando o retorno de seu filho de 18 anos, para ter certeza de que ele chegará bem em casa.
Ela tem uma vida feliz e tranquila até que, certa noite, testemunha seu filho Todd matar outro homem. É horrível, chocante e Jen fica completamente incrédula de que seu filho adolescente teria assassinado alguém daquela maneira.
Naquela noite, Todd vai preso e ela vai para a cama esperando que tudo seja um pesadelo. E é — mais ou menos.
Jen então acorda no dia anterior ao assassinato. E depois no dia anterior a esse.
Ela se vê em uma espiral temporal onde, retrocedendo no tempo, encontra pistas que explicam as ações de seu filho e vão muito além de tudo o que poderia imaginar.
Gostei bastante da leitura, há tempos estava buscando um bom livro de mistério, mas nenhum dos que li recentemente havia me encantado (Suite Tokyo, A Última Festa, A Empregada,…), então foi uma feliz surpresa!
O livro parte de uma premissa absurda, que é a possibilidade da narradora de voltar no tempo e reviver o passado em busca de respostas para o crime que presenciou, mas de forma alguma se limita a ser um livro de fantasia. Ao contrário, trabalha temas relevantes e traz reflexões fáceis de se relacionar.
Os dois grandes temas do livro na minha visão são o “viver no presente” e a construção e manutenção de laços.
Engraçado (e um pouco triste?) como nos acostumamos a viver no piloto automático e só valorizar verdadeiramente alguns momentos depois que eles já passaram. Quantos detalhes não perdemos por estar nos preocupando com certas culpas, ansiedades e medos que nos tiram do presente. Não é a reflexão mais inovadora, mas a forma como a autora trabalha os elementos do passado x presente, tangibiliza bastante tais situações.
Fora a reflexão, fiquei entretida em resolver o mistério e, modéstia à parte, sou boa nisso kkk. Então, apesar de ter descoberto basicamente toda a trama em uns 70% do livro, segui achando o final bom e condizente, e não achei que estragou de forma alguma minha experiência.